Há espaço no meu quarto,
espaço a mais.
Arrumo a vida e ela arruma-se em mim,
escondo a alma e ela mostra-se a ti,
fujo aos segredos e revelo o que não vi
e no fim apenas resta muito espaço
muito espaço no meu quarto.
Dei-te o meu abraço, o aconchego
protegi do frio as tuas mãos
mas tu congelaste a minha alma
afugentaste na noite o meu sossego
e transformaste em nada esse segredo
que se tornou espaço e nada mais...
MIGUEL AFONSO
2 comentários:
Quantas vezes somos apenas espaço
sem nada preencher esse vazio;
sentimos tanto a falta de um abraço
queremos acabar com esse frio
mas não conseguimos dar o passo
que nos conduziria ao paraíso...
Um espaço preenchido pelo vazio, que tanto espaço ocupa... mas no abraço precisamos de dois espaços vazios... e aí o frio vira calor, o gelo vira degelo e é uma enchente de amor nesse espaço vazio...
Lindos versos!
Beijinho
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