terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Poético e patético

Era um tempo belo e poético
andava a poesia pelo ar
mas tudo se tornou então patético
quando acabei por acordar.

Acordei enfim para a tristeza
para a desilusão de perceber
que isso de amar tem pouca beleza
quando se ama um sonho a morrer.

Morrias para mim e eu deixava
fingia que estava tudo bem
e então a poesia agonizava
ameaçando morrer ela também...

E tudo se tornou então patético:
tu morrias para mim e eu deixei
e esse tempo belo e poético
é mais um sonho do qual acordei...

Miguel Afonso

2 comentários:

Ju disse...

Poético é você, meu caro,
patética é essa vida ruim...

Abraço
Ju

Felipa Monteverde disse...

Patético ou poético,
o tempo é traiçoeiro
e torna-se tortura
torna-se nevoeiro
em que a vida se prende
como um mau companheiro
que nos maltrata a alma
num sonho derradeiro
que abate os sentidos
com um tiro certeiro...