A vida é o mar
onde navego.
Se o meu barco encalhar
aonde chego?
Naufragando
sinto o meu barco virando
e a água nos meus ossos
que me leva
que me puxa
para abismais e escuros fossos…
MIGUEL AFONSO
domingo, 28 de fevereiro de 2010
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Espírito e sombra
Não sei a sombra nos teus olhos cansados
tu és mistério incógnito e distante
em que escondes as misérias e a vergonha
e desconhecidos berços, falsos fados.
Não sei penumbras que o luar impõe
nos caminhos que a lua quer transpor
só sei desilusões e desencantos
e repentinas razões para o sol-pôr.
Põe-se o sol nos teus olhos e tu sonhas
sobe a lua, o luar é teu amigo
e guia o teu caminho, que escolhes
sempre em discordância de o seguir comigo.
E eu
sei apenas as marés, as ondas de uns cabelos
que penteias todas as manhãs
e prendes numa trança, que enrolas em novelo
e assim sorris à vida que me dás.
Desconheço o teu ser, não sei quem és
quando és morada e sonho em que habito
na minha alma, espírito e sombra
de um passado intransponível e maldito…
MIGUEL AFONSO
tu és mistério incógnito e distante
em que escondes as misérias e a vergonha
e desconhecidos berços, falsos fados.
Não sei penumbras que o luar impõe
nos caminhos que a lua quer transpor
só sei desilusões e desencantos
e repentinas razões para o sol-pôr.
Põe-se o sol nos teus olhos e tu sonhas
sobe a lua, o luar é teu amigo
e guia o teu caminho, que escolhes
sempre em discordância de o seguir comigo.
E eu
sei apenas as marés, as ondas de uns cabelos
que penteias todas as manhãs
e prendes numa trança, que enrolas em novelo
e assim sorris à vida que me dás.
Desconheço o teu ser, não sei quem és
quando és morada e sonho em que habito
na minha alma, espírito e sombra
de um passado intransponível e maldito…
MIGUEL AFONSO
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
A tua saia de folhos
Vento agreste nos meus olhos
envolveu meu coração
na tua saia de folhos
quando a vi cair ao chão.
Estremeceu-me a vista
iludiram-se-me os olhos
e no meu peito de artista
pintei a saia de folhos.
Depois tudo se apagou
nada mais me lembro agora
que a tua saia ilustrou
um quadro que me namora.
Pintei dentro do meu peito
aguarela de mil cores
num jardim que é o teu leito
a sede dos meus amores.
MIGUEL AFONSO
envolveu meu coração
na tua saia de folhos
quando a vi cair ao chão.
Estremeceu-me a vista
iludiram-se-me os olhos
e no meu peito de artista
pintei a saia de folhos.
Depois tudo se apagou
nada mais me lembro agora
que a tua saia ilustrou
um quadro que me namora.
Pintei dentro do meu peito
aguarela de mil cores
num jardim que é o teu leito
a sede dos meus amores.
MIGUEL AFONSO
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Lar
O criado trouxe lençóis lavados
as toalhas, a roupa interior...
Eu deixei-me ficar, de olhos fechados
a imaginar um lar, um doce amor
que me quisesse dar sonho e calor
e governasse a casa e os criados.
Nunca soube mandar ou ordenar
digo simplesmente o que pretendo
e sou obedecido... mas num lar
um verdadeiro lar como o entendo
seria até feliz obedecendo
às ordens que amor me quisesse dar.
E de olhos fechados sigo vendo
que é num lar assim que estou vivendo...
não neste hotel em que estou a morar...
MIGUEL AFONSO
as toalhas, a roupa interior...
Eu deixei-me ficar, de olhos fechados
a imaginar um lar, um doce amor
que me quisesse dar sonho e calor
e governasse a casa e os criados.
Nunca soube mandar ou ordenar
digo simplesmente o que pretendo
e sou obedecido... mas num lar
um verdadeiro lar como o entendo
seria até feliz obedecendo
às ordens que amor me quisesse dar.
E de olhos fechados sigo vendo
que é num lar assim que estou vivendo...
não neste hotel em que estou a morar...
MIGUEL AFONSO
Espectro
Ninguém diria
que aquilo era um cão;
mais parecia um bicho
um espectro anão
a vasculhar no lixo
junto ao meu portão.
Eu ia recolhê-lo
aconchegá-lo
mas ele me mordeu a mão;
não ladrou (mas era um cão)
e nunca mais tornei a vê-lo...
MIGUEL AFONSO
que aquilo era um cão;
mais parecia um bicho
um espectro anão
a vasculhar no lixo
junto ao meu portão.
Eu ia recolhê-lo
aconchegá-lo
mas ele me mordeu a mão;
não ladrou (mas era um cão)
e nunca mais tornei a vê-lo...
MIGUEL AFONSO
O barco partiu
O barco partiu... zarpou
deste cais de nostalgia
onde a esperança se cansou
de esperar pela alegria
e embarcou
nesse barco que partia...
MIGUEL AFONSO
deste cais de nostalgia
onde a esperança se cansou
de esperar pela alegria
e embarcou
nesse barco que partia...
MIGUEL AFONSO
Agulhas
Sinto
na ramagem dos pinheiros
uma ameaça sem nome...
Agulhas
que se escondem num palheiro
e um camelo que caberia inteiro
num buraco onde mora a fome...
MIGUEL AFONSO
na ramagem dos pinheiros
uma ameaça sem nome...
Agulhas
que se escondem num palheiro
e um camelo que caberia inteiro
num buraco onde mora a fome...
MIGUEL AFONSO
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Feitiço
A memória é-me cruel e traiçoeira
E por isso tu me lembras tanto…
Fizeste-me um feitiço, um encanto
Com os teus olhos de maga e feiticeira.
Quando estou contigo, à tua beira
E me acolho, sereno, em teu manto
Fico com a alma pura, de um santo
E tu és minha devota e romeira.
Fizeste-me um feitiço, um encanto
E a memória me atrai e atraiçoa
E corre sempre para estar perto de ti…
Fica presa no teu reino, no teu manto
De rainha do meu sonho, com coroa
Adornada deste amor em que morri…
MIGUEL AFONSO
E por isso tu me lembras tanto…
Fizeste-me um feitiço, um encanto
Com os teus olhos de maga e feiticeira.
Quando estou contigo, à tua beira
E me acolho, sereno, em teu manto
Fico com a alma pura, de um santo
E tu és minha devota e romeira.
Fizeste-me um feitiço, um encanto
E a memória me atrai e atraiçoa
E corre sempre para estar perto de ti…
Fica presa no teu reino, no teu manto
De rainha do meu sonho, com coroa
Adornada deste amor em que morri…
MIGUEL AFONSO
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