terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Boémio coração

O meu coração é um boémio atrevido
que ousa amar, amar perdidamente...
Apesar de nunca ser correspondido
nunca meu coração há desistido
de amar, amar tão loucamente...

Boémio coração, sempre sentindo
palpitações e desvarios e amarguras...
Mas de amar nunca desistindo,
que se um amor se vai outros vêm vindo,
trazendo cada um novas loucuras...

MIGUEL AFONSO

O meu coração é um vagabundo

O meu coração é um vagabundo
que vai trilhando ruas e caminhos
entre todas as desgraças deste mundo
buscando em toda a parte os teus carinhos.

Mas são tantas as maleitas e espinhos
que o assaltam e o ferem sem cessar
que ele se sente o pior dos pobrezinhos
mendigando a esperança de te amar...

MIGUEL AFONSO

Desistência

Desisto de desistir de ti
e faço-te um poema de perdão
em que me perdoo esta paixão
e me entrego à revolta que senti
quanto te tentei matar no coração...

MIGUEL AFONSO

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Permite-me

Permite-me que te lembre,
deixa que te recorde...
pode ser que o meu coração
adormeça e não acorde.

MIGUEL AFONSO

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Poético e patético

Era um tempo belo e poético
andava a poesia pelo ar
mas tudo se tornou então patético
quando acabei por acordar.

Acordei enfim para a tristeza
para a desilusão de perceber
que isso de amar tem pouca beleza
quando se ama um sonho a morrer.

Morrias para mim e eu deixava
fingia que estava tudo bem
e então a poesia agonizava
ameaçando morrer ela também...

E tudo se tornou então patético:
tu morrias para mim e eu deixei
e esse tempo belo e poético
é mais um sonho do qual acordei...

Miguel Afonso

Horrores

Andei pelas florestas e montanhas
desesperando encontros e amores
mas só encontrei dores tamanhas
que me revolveram as entranhas
e tornaram os meus sonhos em horrores...

MIGUEL AFONSO

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Anseio

Ouve, ternura,
por onde andas?
Por onde guardas os teus passos
por onde foges aos abraços
que te anseio?...

Miguel Afonso

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Espaço

Há espaço no meu quarto,
espaço a mais.

Arrumo a vida e ela arruma-se em mim,
escondo a alma e ela mostra-se a ti,
fujo aos segredos e revelo o que não vi
e no fim apenas resta muito espaço
muito espaço no meu quarto.

Dei-te o meu abraço, o aconchego
protegi do frio as tuas mãos
mas tu congelaste a minha alma
afugentaste na noite o meu sossego
e transformaste em nada esse segredo
que se tornou espaço e nada mais...

MIGUEL AFONSO

Dezembro

Chegou Dezembro... recordas-te de outros Dezembros, do frio, da lareira?

Era uma vez uma princesa com coração de rainha,
rainha de todos e nunca foi a minha...

MIGUEL AFONSO