terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Secura

A concha que o mar trouxe ficou a teus pés
a água da maré embalando a dança.
Os teus pés na água são inspiração que me alcança
os dias já passados, outras praias e marés.

Lembras-te, amor
das nossas tardes de verão
em que o sol morria nos teus olhos
e o mar chamava-se canção?

Canção de embalar
de sentir o abraço e o calor
que o sol depositava em nossos sonhos
de esperança e amor.

Hoje restam apenas as conchas
que na praia a teus pés vêm ficar.
Nada de sonho ou esperança
que se possa ainda alcançar.

E restamos nós
calados e distantes.
A sede de amor que une amantes
secou a nossa voz.

Miguel Afonso

4 comentários:

Isabela disse...

Que bela poesia!
Senti falta deste espaço... Aproveitarei as férias para repor o tempo em que estive distante.
Abraço!
http://minhasletrasaqui.blogspot.com/

Silenciosamente ouvindo... disse...

Gostei desta poesia.
Desejo que esteja bem.

Quero desejar-lhe a si e à sua Família

um Feliz Natal.

Bj.
Irene Alves

Maria da Luz S. disse...

Restam as conchas e as marés...

Ailime disse...

Lindo e inspirado poema! Um espaço poético tão a meu a meu gosto. Um beijo. Ailime