segunda-feira, 5 de abril de 2010

Meu coração negro, negro

Meu coração negro, negro
Como a minha velha capa
Chora por ti em segredo
Sobre as águas do Mondego
Sob este luar de prata.

Choro cantigas à lua
Choro as mágoas de te amar
Choro o tempo, choro a rua
Choro essa afeição tão pura
Que não quiseste aceitar.

Serenatas ao luar
Quem as não fez nesta vida
Quem não soube já cantar
As mágoas do seu penar
As dores da despedida?

E a minha capa traçada
Lonjura dos olhos teus
Lembra aquela madrugada
Onde encontrei na calçada
A rua do nosso adeus...

MIGUEL AFONSO

Sem comentários: