segunda-feira, 4 de abril de 2011

Partiste

É na noite que mais te procuro.
É a ela que pergunto por ti
neste leito onde me torturo,
nesta cama onde morri.

Já não estás aqui. E eu
sinto-me tão só e abandonado
que todo o meu ser arrefeceu
e o meu coração está gelado.

Partiste. O que era nós findou.
Findaram nossas noites, nossos dias.
E na noite procuro quem eu sou,
quem se foi nessa noite em que partias.

Mas a noite finge não saber,
nada saber de ti... e não responde.
Apenas agasalha o meu sofrer
e nas suas asas te esconde.

Miguel Afonso

3 comentários:

Unknown disse...

Um pouco triste e melncólico como a solidão seu poema, mas muito bonito também.Parabéns.

Isabela disse...

O que comentar de em um poema tão completo? Apenas o quão lindo é. Parabéns!

Miguel Afonso disse...

Minhas queridas, agradeço as lindas palavras.
Beijos às duas