sexta-feira, 7 de maio de 2010

No curso do rio dos meus dias

No curso do rio dos meus dias
Procuro na noite a calmaria.
Mas a noite foge
A manhã urge
E chega então o dia e a ventania.

No curso do rio dos meus dias
Procuro desviar-me de incertezas.
Mas a direcção falha
Meu barco encalha
Sem que alguém ouça as minhas rezas.

No curso do rio dos meus dias
Nem sei se não navego ou naveguei.
Tudo me é vago
Dentro do que não trago
Na minha alma de poeta e rei…

MIGUEL AFONSO

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