domingo, 17 de janeiro de 2010

Pedras do caminho

Há em cada pedra do caminho que persigo
uma lonjura enorme, um frio estremecer
uma gelada forma de viver
que me atrofia o medo em que te sigo.

Eras sereia, eras concha, maresia
estrela de um mar onde os sargaços
se envolveram nos meus braços
e me impediram o abraço que pedias.

Percorro praias, recolho tantas pedras
que guardarei, sim, guardarei eternamente
no aconchego do meu peito ainda quente
do calor de um abraço que eu não dera...

MIGUEL AFONSO

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