sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Areia nos olhos

Tudo que eu não sabia do teu passado era areia
areia tão fina que me atiravas para os olhos...
e eu andava cego, cego por amor e por carência
pois acreditar em ti era a maneira mais intensa
de sentir que te amava...

Mas o vento, ai o vento
que semeia tempestades em tantos peitos feridos
que acorda realidades em sonhos adormecidos
fez levantar essa areia, simplesmente
e levou-a pelos ares libertando o meu olhar
e o meu triste coração...

E cego já não sou.
Tudo que eu não sabia dos teus passos era areia
que dos meus olhos já voou... E agora
nos meus passeios pela praia fora
entrego o meu olhar à ilusão
de se perder no mar e te encontrar...

MIGUEL AFONSO

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