Nunca te contei, amor, qual o destino
que dei um dia ao meu coração
quando me deixaste aqui sozinho…
Não, não penses que de mim o tirei fora
ou que não está curado e ainda chora
as pedradas que atiraste ao pobrezinho…
Este meu coração, digo-te agora
guardei-o bem guardado, aconchegado
nos braços de outro amor, onde ele mora
mais feliz do que já fora a teu lado.
Encontrou carinho e protecção
ternura, aconchego e calor
e agora só recorda os teus abraços
como algo que lhe causou amargor…
É feliz meu coração, neste aconchego
encontrado junto às pedras do caminho…
E ao amor passado eu arrenego
que o futuro já perdeu o timbre negro
com que ameaçava o meu destino…
MIGUEL AFONSO
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